segunda-feira, 19 de outubro de 2009

PSICOLOGIA ECONÔMICA???

http://www.youtube.com/watch?v=twzoRKoFQ_g


Adicionei esse vídeo para que o conceito "psicologia econômica" fique bem claro aos que desconhecem essa área da psicologia, ou simplesmente aos que desejam compreender mais sobre o tema.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A DÍVIDA EMOCIONAL

Vivemos tempos de possibilidades. Desde o advento do capitalismo, sair de sua condição social e econômica se tornou real e nada imaginário.
O capitalismo colocou a “peteca da vida” em nossas mãos, autorizou em nós o desejo de possuir, consumir, conquistar, de deixar de ser um mero plebeu e nos permitir procurar ser um tipo de rei, um rei do consumismo. Eis ai que surgiram alguns problemas da vida moderna. Ele promoveu também a culpa de ser aquele que não conseguiu conquistar o sonho, pois hoje só não realiza o seu sonho quem não teve força, competência, conhecimento, habilidade, atitude... Podemos traduzir assim: “está tudo em suas mãos e se algo não estiver é porque o culpado é você mesmo que não batalhou para conquistar.”
Em um passado distante andar numa carruagem, morar em um castelo só era possível por pessoas da nobreza. Hoje percebe-se o quanto o mercado está aberto para quem deseja acessá-lo. Os financiamentos, empréstimos, cartões, são transformadores da realidade econômica e social.
A verdade é que podemos possuir tudo, ainda que não seja aparentemente possível e necessário.
Tendo em vista essa realidade, me pergunto: onde o capitalismo passa no nosso psiquismo? Como ele pode se mostrar?
O início do capitalismo é o marco inaugural das possibilidades dos nossos desejos consumistas, do desejo de parecer quem eu gostaria de ser, do desejo de mentir pra mim mesmo quem sou: “sou uma pessoa simples que não possui muitos ganhos, mas tenho um carro do ano com todos os acessórios que um carro de um bacana possui”.
A realidade econômica mundial viveu um momento de recessão. Deixamos de gastar momentaneamente porque passamos pelo medo de perdermos o que tínhamos, deixamos de gastar porque existia um discurso universal que recomendava a diminuição de gastos e investimentos. Porém, mesmo sendo “instruídos” para realizar tal conduta, algo nos fez agir de forma diferente. Justifico aqui o psiquismo e a importância das emoções nesse momento.
Não é raro se ouvir de pessoas que estão endividadas e para esquecer que possuem muitas dívidas fazem novas contas para tentar esquecer a dívida anterior e assim fazem de suas vidas um inferno econômico. Dívidas que jamais serão pagas. São pessoas que embora estejam devendo, parecem enxergar no mundo um eterno devedor e por isso gastam o que não tem, comprometem a situação econômica de outras pessoas e assim intensificam dificuldades econômicas de bairros, comunidades e até mesmo países, caso essa pessoa se trate de algum presidente! É dizer algo como “ Estou gastando o valor que a vida me deve”.
Diante dessa realidade percebo que existe no psiquismo, um espaço chamado “dívida emocional”. É a dívida que temos que alguém do passado de quem esperamos mais, é a dívida do presente de alguém no qual não conseguimos falar o quanto nos faz sofrer, é a dívida filha da culpa que sentimos por não satisfazer alguém o quanto achamos que merece, ou simplesmente porque esse alguém se sente insatisfeito em relação a nós e nos faz sentir culpa, a mesma culpa filha da dívida emocional.
Não desejo aqui definir todas as dívidas emocionais existente, mas levanto aqui essa realidade que prejudica ao credor e a devedor que sofrem, fazem sofrer e que não promovem crescimento algum em ninguém.

A CRISE ECONÔMICA MUNDIAL QUE VIVE DENTRO DE NÓS

Os veículos de mídia desde o fim de 2008 transmitiram diversas informações a respeito da crise econômica mundial. Fomos informados sobre os milhares de empregos que deixaram de existir, sobre as diversas empresas que faliram, histórias das pessoas que passaram a sentir dificuldades de trabalho diante da crise.
Que a crise existe não tenho dúvidas, assim como você não tem (ou pelo menos não deve ter), porém destaco aqui uma questão importante: como você viveu a crise?
O fato é que diversas pessoas viveram a crise de maneira diferente, e isso foi um diferencial para sair dela (ou ficar).
Estamos acostumados a ouvir certas expressões “cada um, cada um”, “cada pessoa é única” ou “ninguém é igual a ninguém”. É claro que essa expressão tem conotação verdadeira, mas a verdade é que muitas pessoas costumam agir de maneira similar em situações de estresse como foi o caso da crise.
Ouvimos casos de milionários que chegaram a se suicidar diante da crise por terem perdido alguns milhões, e ouvimos também pessoas que aproveitaram a crise para crescer com seus negócios, elevar seu patrimônio e enriquecer. É aí que te pergunto: O que você enxerga nessas pessoas? O que há de diferente entre elas? São perguntas que podem obter várias respostas...
Vou me atrever a levantar algumas idéias a respeito do assunto e gostaria muito que também pensasse em outras possíveis razões enquanto você está lendo esse artigo.
Acredito que os recursos internos são os maiores “credores” das pessoas que conseguiram crescer durante a crise. As pessoas que conseguiram usar de sua criatividade, disponibilidade para pensar saídas, sua análise de mercado, dentre outros fatores conseguiram enxergar saídas para a crise. É claro que as pessoas que sofreram intensamente também possuem muitos recursos, porém o que destaco aqui é como as pessoas viveram (ou vivem) tantas perdas. Quando falamos em perdas estamos tratando de algo extremamente subjetivo, que é vivido por cada um de maneira singular, e tal singularidade pode proporcionar um verdadeiro trampolim para o sucesso, bem como o fundo do poço.
Vivemos o tempo das possibilidades. Podemos tudo, desde que saibamos lidar com as crises econômicas mundiais que vivem dentro de nós. Quem mais souber lidar com as crises internas, mais poderão obter ganhos! E aqui cito uma importante dica: se acreditas que não pode dar conta de suas crises internas sugiro que procure alguma atividade que favoreça o seu autoconhecimento para que possa lidar com a sua crise econômica mundial.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

QUAL A REPRESENTAÇÃO DO DINHEIRO PRA VOCÊ?

O trabalho possui um grande significado para as pessoas. Diversos teóricos vêm realizando pesquisas, desenvolvendo teorias que justificam a sua importância e o quanto a falta do trabalho mexe com nossas questões existenciais.
Ele é a ponte que nos acessa ao dinheiro e através dele podemos sair de nossa condição econômica, social e até mesmo psicológica. Uma vez que o capitalismo possibilitou o homem de sair de seu lugar hierárquico na sociedade, possibilitou também todas essas mudanças.
O trabalho e o dinheiro são ferramentas humanas interligadas, e o quanto o valorizamos é algo extremamente subjetivo, ou seja, particular de cada um.
Atribuir significado ao dinheiro é algo que envolver o que cada um pensa de si mesmo o que pensa de seu futuro, de seus entes próximos e também de seu passado. Considerar o dinheiro como ferramenta de comprovação de felicidade na vida não é garantia de obte-la, mas pode favorecer certos subsídios para chegar aonde pretendemos.
Por isso, torna-se importante levantar questões para nós mesmos e aqui levanto algumas delas:

• O que pretendo com o meu dinheiro a curto, médio e longo prazo?
• Considero o meu dinheiro como...
• Meu dinheiro serve para...
• Na falta de dinheiro o que faço para sanar minhas dificuldades financeiras?
• Meu dinheiro tem qual objetivo em minha vida e de meus entes?
• Trabalhamos somente por conta do dinheiro?
• O que me faz ter tantas dificuldades em viver com a minha renda?
• O que me faz ter tanta dificuldade em me permitir gastar o que batalhei tanto para conquistar?

Essas são apenas algumas questões a respeito dessa delicada relação entre o homem e o dinheiro. Tenho certeza que novos questionamentos sempre estão por vir.

NOSSO LADO "INFANTIL" E NOSSAS FINANÇAS

Certa vez ao realizar um encontro em um grupo que tratava a discussão sobre suas dificuldades econômicas ouvi uma expressão muito interessante de uma participante do grupo que disse o seguinte: “eu pensei que quando viesse aqui nos ajudaria a tomar conta do nosso dinheiro. Como você sabe, nós somos infantis e por isso precisamos que alguém tome conta de nossas coisas para que possamos conseguir ter uma vida financeira melhor”.
Debati a fala da cliente com o grupo naquele momento e então fui pra casa ao fim do encontro. A expressão me fez escrever algo sobre isso, e minhas indagações a respeito de certos e comportamentos econômicos de muitas pessoas puderam ser constatadas através da fala da cliente.
Vou traduzir a frase da seguinte maneira: ”por favor, me ajude, infelizmente não sei lidar com o meu dinheiro e preciso que alguém tome conta dele por mim para que eu não o gaste com coisas desnecessárias, por isso gostaria que cuidasse da minha grana, assim como foi feito por meus cuidadores ou porque nunca ninguém cuidou de mim, nem sequer do meu dinheiro ou porque não estou preparado para cuidar das minhas finanças”.
A falta de conhecimento sobre o que fazer com os próprios rendimentos não é exclusividade dessa cliente. Lembremos que o Brasil viveu intensos momentos de inflação e desestabilização da moeda, e isso acarretou em nossa geração uma cultura que não sabe lidar com os próprios ganhos financeiros. Não sabemos investir o que ganhamos, não sabemos onde consultar melhores valores para os imóveis que desejamos tanto comprar, não sabemos viver com que ganhamos e não sabemos intensificar nossos ganhos com outras tarefas durante nossa vida.
Com a estabilização da moeda e baixo índice de inflação atual, a nossa realidade econômica mudou e agora levanto a questão: Será que não sabemos mesmo lidar com os nossos ganhos ou faltas financeiras ou será que temos medo de encarar a responsabilidade do adulto que precisa sustentar tantas coisas em nossas vidas?
São questões que merecem maiores reflexões.

QUANDO O FRACASSO FINANCEIRO DE NOSSAS MAIORES REFERÊNCIAS TORNA-SE TAMBÉM O NOSSO FRACASSO

Existe hoje um intenso desejo por satisfações instantâneas. Possuímos uma grande dificuldade de desenvolver trabalhos através de processos e com isso, percebemos que a falta de conquistas a médio e longo prazo muitas vezes retira de nós o glorioso sabor da vitória conquistada a duras penas. Acredito que negar esses processos de médio e longo prazo na vida pode ser associado a algo que represente a nossa falta de história, ou uma humilde história.
As obtenções de satisfações instantâneas se mostram presentes através de vários fenômenos contemporâneos. A tecnologia avançada é um desses aspectos, pois ela muitas vezes nos permite fazer mais em menos tempo e com mais qualidade. De um ponto de vista essa realidade pode parecer fantástica, porém vejo um delicado problema aqui. Nosso funcionamento psicológico com tantas facilidades passa a generalizar seu desejo pelas satisfações imediatas e passa a acreditar que tudo pode ser conquistado e satisfeito de maneira prática, sem grandes esforços em prazos curtíssimos. Como nosso funcionamento psicológico está sempre em busca do prazer e minimização dos desprazeres da vida, essas facilidades aliadas aos nossos desejos consumistas, se transformam em uma espécie de circuito que se retroalimenta tornando a vida instantânea em uma realidade cultural.
Os noticiários, os livros e meu trabalho me permitem observar algumas implicações desse fenômeno que deixa o homem cada vez mais frágil e o impossibilita de suportar as frustrações da vida, e quanto mais frágeis estamos, mais buscamos mecanismos compensadores das dores da vida. Muitas pessoas que se encaixam nesse exemplo acabam financiando carros, comprando aparelhos eletrônicos desnecessários ou simplesmente comprando por comprar algo que está além de suas condições econômicas. Atitudes como essas podem trazer graves enrascadas econômica à vida do sujeito.
Não tenho dúvidas de que o dinheiro é um fator que pode amenizar certas dores da vida, mas será que sabemos lidar com esse dinheiro ao tentar fugir dessa dor? Deixo aberta essa questão para que pense...
Aprendemos muitas coisas com nossas referências que na maioria das vezes são nossos pais, mas será que nossos pais souberam ou sabem lidar com as próprias finanças?
Levanto essas questões para pensarmos nas implicações disso na vida adulta de cada um que le esse artigo. Acredito que todos conhecemos alguém que não anda muito bem financeiramente, e se olharmos atentamente podemos enxergar que os antecessores desse sujeito observado também não andou ou não anda muito bem.
Somos o que somos por diversos motivos. Destaco aqui a importância daqueles que nos serviram como referência na vida, e por isso repetimos automaticamente muitas vezes o que nossos antecessores fizeram. Por isso muitas vezes repetimos certos fracassos na vida mesmo sem precisar repeti-los.
Podemos utilizar da história de nossos antecessores de forma positiva ou negativa, observando vitórias e fracassos. É como diz o filósofo: “se esqueceres seu passado, poderás estar condenado a repeti-lo no futuro”.