quinta-feira, 1 de outubro de 2009

QUANDO O FRACASSO FINANCEIRO DE NOSSAS MAIORES REFERÊNCIAS TORNA-SE TAMBÉM O NOSSO FRACASSO

Existe hoje um intenso desejo por satisfações instantâneas. Possuímos uma grande dificuldade de desenvolver trabalhos através de processos e com isso, percebemos que a falta de conquistas a médio e longo prazo muitas vezes retira de nós o glorioso sabor da vitória conquistada a duras penas. Acredito que negar esses processos de médio e longo prazo na vida pode ser associado a algo que represente a nossa falta de história, ou uma humilde história.
As obtenções de satisfações instantâneas se mostram presentes através de vários fenômenos contemporâneos. A tecnologia avançada é um desses aspectos, pois ela muitas vezes nos permite fazer mais em menos tempo e com mais qualidade. De um ponto de vista essa realidade pode parecer fantástica, porém vejo um delicado problema aqui. Nosso funcionamento psicológico com tantas facilidades passa a generalizar seu desejo pelas satisfações imediatas e passa a acreditar que tudo pode ser conquistado e satisfeito de maneira prática, sem grandes esforços em prazos curtíssimos. Como nosso funcionamento psicológico está sempre em busca do prazer e minimização dos desprazeres da vida, essas facilidades aliadas aos nossos desejos consumistas, se transformam em uma espécie de circuito que se retroalimenta tornando a vida instantânea em uma realidade cultural.
Os noticiários, os livros e meu trabalho me permitem observar algumas implicações desse fenômeno que deixa o homem cada vez mais frágil e o impossibilita de suportar as frustrações da vida, e quanto mais frágeis estamos, mais buscamos mecanismos compensadores das dores da vida. Muitas pessoas que se encaixam nesse exemplo acabam financiando carros, comprando aparelhos eletrônicos desnecessários ou simplesmente comprando por comprar algo que está além de suas condições econômicas. Atitudes como essas podem trazer graves enrascadas econômica à vida do sujeito.
Não tenho dúvidas de que o dinheiro é um fator que pode amenizar certas dores da vida, mas será que sabemos lidar com esse dinheiro ao tentar fugir dessa dor? Deixo aberta essa questão para que pense...
Aprendemos muitas coisas com nossas referências que na maioria das vezes são nossos pais, mas será que nossos pais souberam ou sabem lidar com as próprias finanças?
Levanto essas questões para pensarmos nas implicações disso na vida adulta de cada um que le esse artigo. Acredito que todos conhecemos alguém que não anda muito bem financeiramente, e se olharmos atentamente podemos enxergar que os antecessores desse sujeito observado também não andou ou não anda muito bem.
Somos o que somos por diversos motivos. Destaco aqui a importância daqueles que nos serviram como referência na vida, e por isso repetimos automaticamente muitas vezes o que nossos antecessores fizeram. Por isso muitas vezes repetimos certos fracassos na vida mesmo sem precisar repeti-los.
Podemos utilizar da história de nossos antecessores de forma positiva ou negativa, observando vitórias e fracassos. É como diz o filósofo: “se esqueceres seu passado, poderás estar condenado a repeti-lo no futuro”.

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