quinta-feira, 1 de outubro de 2009

NOSSO LADO "INFANTIL" E NOSSAS FINANÇAS

Certa vez ao realizar um encontro em um grupo que tratava a discussão sobre suas dificuldades econômicas ouvi uma expressão muito interessante de uma participante do grupo que disse o seguinte: “eu pensei que quando viesse aqui nos ajudaria a tomar conta do nosso dinheiro. Como você sabe, nós somos infantis e por isso precisamos que alguém tome conta de nossas coisas para que possamos conseguir ter uma vida financeira melhor”.
Debati a fala da cliente com o grupo naquele momento e então fui pra casa ao fim do encontro. A expressão me fez escrever algo sobre isso, e minhas indagações a respeito de certos e comportamentos econômicos de muitas pessoas puderam ser constatadas através da fala da cliente.
Vou traduzir a frase da seguinte maneira: ”por favor, me ajude, infelizmente não sei lidar com o meu dinheiro e preciso que alguém tome conta dele por mim para que eu não o gaste com coisas desnecessárias, por isso gostaria que cuidasse da minha grana, assim como foi feito por meus cuidadores ou porque nunca ninguém cuidou de mim, nem sequer do meu dinheiro ou porque não estou preparado para cuidar das minhas finanças”.
A falta de conhecimento sobre o que fazer com os próprios rendimentos não é exclusividade dessa cliente. Lembremos que o Brasil viveu intensos momentos de inflação e desestabilização da moeda, e isso acarretou em nossa geração uma cultura que não sabe lidar com os próprios ganhos financeiros. Não sabemos investir o que ganhamos, não sabemos onde consultar melhores valores para os imóveis que desejamos tanto comprar, não sabemos viver com que ganhamos e não sabemos intensificar nossos ganhos com outras tarefas durante nossa vida.
Com a estabilização da moeda e baixo índice de inflação atual, a nossa realidade econômica mudou e agora levanto a questão: Será que não sabemos mesmo lidar com os nossos ganhos ou faltas financeiras ou será que temos medo de encarar a responsabilidade do adulto que precisa sustentar tantas coisas em nossas vidas?
São questões que merecem maiores reflexões.

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